sábado, 14 de abril de 2012

Tarde demais

Lá vem aquela dor! De mansinho ela se aproxima, rodopia as pernas, acaricia os pés, lambe e até ronrona timidamente à espera de um cafuné, conquista e faz querer pega-la no colo. Aos poucos ganha confiança e em um descuido...o golpe. Mortal e certeiro. Garras longas, negras e afiadas me acertaram. O sangue percorria meu peito, lentamente, deixando um rastro escarlate. Um ardor me fez perceber as garras cravadas que se arrastavam rasgando minha pele. Medo percorreu meu corpo e senti um estranho entusiasmo nos olhos daquela coisa. Gotas de sangue escorriam pelo corte e ensopavam o chão. Lágrimas e gritos eram incentivos e ao mesmo tempo alimentavam a alma daquele ser. Desesperado tentei empurrar a coisa pra longe. Tarde demais, já havia sido invadido pela dor, pela tão conhecida dor, que antes, era até bem vinda.

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